quinta-feira, 30 de abril de 2009

CULTURA AMAZONENSE E PARAENSE

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A cultura do povo baré e tupinambá, representando pelos amazonenses e paraenses, possuem uma afinidade muito grande.


As cidades de Manaus e Belém são muitas parecidas, assim como, o folclore, as tradições, a música e a gastronomia. Senão vejamos:

Manaus, Belém, Mercado Adolpho Lisboa, Mercado Ver-o-Peso, Igreja Matriz da Nossa Senhora da Conceição, Basílica de Nazaré, Porto Rodoway, Porto de Belém, Teatro Amazonas, Teatro da Paz, INPA, Museu Emilio Goeldi, Jaraqui, Jacaré, Tacacá, Maniçoba, Pato no Tucupi, Calderada de Tambaqui, Sopa de Piranha, Toada de Boi, Carimbó, Quermessa de São Sebastião, Círio de Nazaré, Boto Tucuxi, Mapinguari, Festival de Parintins, Çairé, Essência de Pau Rosa, Patixuli,, Mano!, Pai d´egua! Cerveja XPTO, Cerveja Cerpa, Praias de Maués, Praias de Alter do Chão, David Assayag, Célio Cruz, Nilson Chaves, Pinduca, Tucumã, Açaí, Artesanato Indígena, Artesanato Marajoara, Vilvadão, Mangueirão, Nacional, Paissandu, Aeroporto Eduardo Gomes, Aeroporto Val de Cans, por aí vai...

Existem algumas rivalidades entre os amazonenses e paraenses; não deveria existir, pois fazemos parte da mesma aldeia, a cultura é a mesma, somos irmãos, guerreiros e defensores da Amazônia e do seu povo.

domingo, 26 de abril de 2009

ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DO ESTADO DO AMAZONAS - ACA

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Na esteira do desenvolvimento econômico propiciado pela abertura dos portos do Amazonas às nações amigas, foi criada em 18 de junho de 1871, a Associação Comercial do Amazonas, com o objetivo principal de “promover por todos os meios ao seu alcance, o desenvolvimento das classes empresariais, a sustentação e defesa de seus legítimos direitos e interesses”, (Art. 1º do Estatuto de 1871), o que tem exercitado no correr de sua existência.

Fizeram parte da primeira diretoria José Coelho de Miranda Leão, político, comerciante e militar ilustre, celebrado na história como vencedor dos cabanos e como primeiro presidente desta Entidade; Antônio Augusto Alves foi o Secretário e José Joaquim Pinto de França, o Tesoureiro; completavam a primeira diretoria; Manoel José Gomes de Lima e Emílio Moreira, que com seus irmãos José e Guilherme Moreira, Presidente da Entidade de 1877 a 1880, mereceram dos pósteros nomes nas ruas da cidade.

A primeira Sede, que se tem notícia, situava-se na esquina da Rua das Flores com a Rua Quintino Bocaiúva, em 14 de dezembro de 1891 era criada na própria sede da Associação Comercial a Junta Comercial do Amazonas, cujo primeiro presidente foi José Ferreira Freitas Pedroza. Em janeiro de 1899 a Associação instala na própria sede o telégrafo ligando-a ao mundo inteiro. Foram últimos presidentes no século, Armindo R. da Fonseca, Caetano Monteiro da Silva e José Cláudio de Mesquita.

A Biblioteca Cosme Ferreira Filho, criada em 1902, durante a gestão do Presidente Hannibal Porto, os associados da ACA – Associação Comercial do Amazonas instalaram a Biblioteca da ACA, que posteriormente, sob a presidência de Jorge Alberto Souto Loureiro, recebeu o nome do escritor, Deputado Federal e incentivador da lavoura do Guaraná em Maués: Cosme Ferreira Filho. A Biblioteca é especializada em temas amazônicos, atendendo às necessidades informacionais de quem busca a história econômica de nossa região. Possui ainda, obras gerais, como: religião; filosofia; sociologia; economia; administração, Leis e Decretos; dispõe também de recortes de jornais, revistas entre outros. Seu acervo reúne 6.301 títulos e documentos antigos da história do Amazonas, por conter em seu acervo riquezas históricas, a Biblioteca Cosme Ferreira Filho, atende desde o público escolar até aos pesquisadores de vários níveis, apenas em caráter de consulta local, sendo desta forma vedado o empréstimo de sua coleção.

Os desafios da globalização da economia e do mercado conduzem à busca de novos caminhos que exigem a coesão das forças do empresariado em ações coordenadas e direcionadas a um objetivo comum. A expansão do comércio internacional é uma das metas a serem trabalhadas com grandes perspectivas de sucesso. O aproveitamento dos recursos biogenéticos e o turismo em todos os segmentos são fontes a serem fartamente exploradas. A ACA mantém-se fiel aos objetivos de sua criação em 1871, e enfrenta os desafios do século XXI expandindo seus horizontes, modernizando sua estrutura, redesenhando a paisagem empresarial do Amazonas.

Fonte: sitio da ACA:
www.aca.org.com
Fotos: J Martins Rocha

quinta-feira, 23 de abril de 2009

RELÓGIO MUNICIPAL DE MANAUS

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  Foi inaugurado em 1927, na administração do prefeito nomeado José Francisco de Araújo Lima (autor de Amazônia – A Terra e o Homem).

 O mecanismo foi importado da Suíça, sendo revisado e montado pela firma Pelosi & Roberti, localizada na Rua Municipal, atual Avenida Sete de Setembro, ao lado da Loja 4.400 (Loja Marisa). A loja era de italianos, por pouco não foi incendiada na segunda guerra mundial, porém a residência do Sr. Giulio Roberti, não teve a mesma sorte.

  A cada hora, o relógio emite um som cativante, apelidado carinhosamente pelos manauenses de “Big Ben”, uma alusão ao famoso relógio inglês. A peça que produz a “batida” está quebrada; o conserto está a cargo da família Sahdo, permissionária de uma loja de venda e consertos de jóias e relógios, estabelecidos no local faz algumas décadas.

 Existe uma inscrição em Latin Vulnerant omnes, ultima necat (Todas ferem, a última mata) – Velha inscrição latina, alusiva às horas, significando que a cada hora fere a nossa vida até que a derradeira a roube. 

Este registro permaneceu durante anos na minha mente, era intrigante, não sabia o seu significado; os anos se passaram, somente agora surgiu o interesse em pesquisar e entender.

 O Relógio continua "mudo" é uma pena! Foram tantos esforços dos nossos antepassados, no sentido de dotar a nossa cidade do melhor e maior relógio público da região norte, deixaram um maravilhoso exemplar para ser admirado até hoje, porém, o atual alcaide da cidade nada faz para mandar consertar a tal peça defeituosa, a responsabilidade não é da família Sahdo, mas sim, do poder público municipal, pois o relógio é público, pertence a todos os manauenses.

 Continuarei pesquisando sobre o nosso Relógio Municipal, tirando fotos e escrevendo a respeito - até a última hora da minha vida! É isso ai.




quarta-feira, 22 de abril de 2009

MANAUS ANTIGA


Fotos Mixer: Colégio Saldanha Marinho/Enchente 1953/Clube da Madrugada/Asilo Dr. Thomas.
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segunda-feira, 20 de abril de 2009

BAR DO BOI CAPRICHOSO EM MANAUS - 18/04/2009.




Fotos: J Martins Rocha

TODO DIA É DIA DE ÍNDIO




No dia comemorativo ao índio, participei do lançamento da campanha POVOS INDÍGENAS NA AMAZÔNIA - PRESENTE E FUTURO DA HUMANIDADE, no Palacete Provincial, centro antigo de Manaus.

No Museu da Imagem e Som, foram exibidos o vídeo da campanha e filmes etnográficos; na Arena do Palacete, assistimos as apresentações dos grupos indígenas: Wotchmaucu – Povo Tikuna – Dança Indígena do Povo Munduruku Inhã-Bé Cury – Povo Sateré-Mawé.

A Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira – COIAB, fica na Av. Ayrão, 235 B. Presidente Vargas, fone + 55 (92) 3621-7501; disponibiliza o material da campanha (Power point informativo, Vídeo Clip de lançamento e Camiseta) ao preco de R$ 20,00 (vinte reais). Vamos todos participar e colaborar!

Objetivo Geral da Campanha: afirmar a importância dos povos indígenas para o futuro da Amazônia e da humanidade, combatendo a ofensiva contra os seus direitos e as suas formas próprias de vida.

Objetivos específicos:
· Sensibilizar a sociedade sobre a realidade sócio-ambiental e a experiência histórica dos povos indígenas e das comunidades tradicionais, para uma nova compreensão de sua realidade, distinta daquela difundida pelos anti-indígenas;
· Denunciar as ameaças à vida dos povos da Amazônia, em especial àqueles em situação de isolamento;
· Fortalecer e garantir os direitos territoriais e a proteção da vida dos povos indígenas, com a solidariedade nacional e internacional;
· Somar com as experiências em cursor que pensam a Amazônia a partir dos povos que nela vivem, mantendo a floresta em pé.

Os organizadores da campanha distribuiram um panfleto, contendo diversas informações e, a seguinte declaração: [... no contexto da crise ambiental e econômica mundial, o caminho do bem viver (sumak kawsay em Quéchua – repartição das riquezas, do respeito à diversidade, da ética na convivência humana, da descolonização da vida, da história e do futuro, do exercício e garantia dos direitos das pessoas e dos povos) forjado pela sabedoria e experiências milenares dos nossos povos de Abya Yala (América) se apresenta como alternativa ao desenvolvimento concebido pelas sociedades ocidentais, baseado na exploração e depredação. O mundo não é um só. É múltiplo e diverso. Nossa mãe terra (pachamama) é um ser vivo no quais convivem distintas culturas, uma biodiversidade riquíssima que não está a serviço do homem, porque o homem é parte dela e com ela deve viver em harmonia...].

O pajé mundurucu, foto acima, disse que os brancos comemoram o dia 19 de abril, como o dia do índio, para ele "Todo dia é Dia de Índio". Está corretissímo!

quinta-feira, 16 de abril de 2009

MUNICÍPIO DE MAUÉS - A CIDADE DO GUARANÁ.



Maués é considerada como uma das cidades mais belas do Amazonas, conhecida como a cidade do guraná, em decorrencia da sua mais notória produção ser a do guaraná; os índios munducurus e maués já o cultivavam em epócas remotas. Em tupi, significa “Papagaio Curioso e Inteligente”. Os saterê-maué são exemplos vivo da sobrevivência indígena, ainda hoje conservam a sua própria língua.

Município do Amazonas, com uma população de 48.808 (IBGE/2008), distância de 356 Km de Manaus. Foi fundada, em 1798, por Luiz Pereira da Cruz e José Rodrigues Preto, inicialmente, foi denominada Luséia.

As suas praias são famosas pelas areias brancas, águas límpidas, tranquilidade e paisagem exuberante – Praia da Antártica, Praia da Vera Cruz, Praia da Ponta da Maresia, Praia do Colombo e Praia Ramalho JR. Na frente da cidade ocorre o fenômeno do encontro das águas esbranquiçadas do Rio Paraná do Urariá com as águas quase negras do Rio Maués- Açú.

Tive a oportunidade de conhecer a Festa do Guaraná, o evento ocorre de 27 à 29 de novembro. Fui de barco regional, saí numa sextas-feira à noite e cheguei as 11 horas do sábado; a viagem foi uma maravilha.

Assisti uma encenação de uma peça da Lenda do Guaraná – um jovem casal apaixonado, filhos de tribos rivais, os amantes decidem fugir para muito longe, pois sabem que seu amor será impossível em suas tribos. Durante o trajeto, o casal pára à beira de um lago para se proteger de uma tempestade. Um raio, porém, atinge os jovens, que morrem entrelaçados. Dos olhos da índia nasce uma planta, em formato de arbusto, que, ao amadurecer, traz um fruto que imita o formato do olho humano.

domingo, 12 de abril de 2009

NAVIOS ANCORADOS NO RODOWAY EM 2009 E 1900




ESTAÇÃO DOS ÔNIBUS DE MADEIRA, NA AVENIDA EDUARDO RIBEIRO, MANAUS/AM.

Os ônibus confeccionados em madeira, passaram a circular em Manaus, por volta da década de 40, disputando passageiros com os bondinhos pelas vias de Manaus, faziam linha para todas as áreas urbanas e suburbanas. Foi a partir desse período que a situação dos “Elétricos” começou a ficar comprometida.

sábado, 11 de abril de 2009

MALHAÇÃO DE JUDAS

* Ademir Ramos
A tradição vem de muito longe. Na antropologia cultural registra-se como um dos ritos das sociedades rurais do medievo, passando pela Península Ibérica e sendo reinventada por toda a América Latina.
No Brasil, sua manifestação era marcante na antiga capital da República, no Rio de Janeiro, onde o Judas tinha a configuração diabólica e em seu interior depositavam fogos pirotécnicos, provocando explosões com luzes coloridas seguido de muita gritaria e manifestações populares.
O fervor dos brincantes era tanto, que deixava a polícia desnorteada sem saber por onde começar a debelar o fogaréu. Resultando, dessa feita, na proibição da manifestação no centro urbano da antiga capital federal.
Na verdade, não era o fogo que incomodava, mas a picardia dos brincantes que ironizavam os políticos de então, fazendo sua malhação em praça pública.
Em Manaus, ainda se cultua essa prática, sobretudo no Bar do Cipriano, onde os políticos são malhados pelos justiceiros de plantão. No campo do catolicismo popular, São Cipriano é o santo da riqueza a quem os devotos entregam a alma para poder sustentar seus caprichos; no interior da Amazônia, Cipriano é o santo que arrebata a alma do fiel para o Demo, prometendo prazeres e riqueza.
No Bar do Cipriano pode-se apreciar o julgamento e às vezes até mesmo o testamento de Judas. No ano que passou, a peça jurídica escrita por um dos bacharéis que freqüenta a mercearia tornou-se apócrifa tal como ocorre também no Bar do Armando. A estratégia dos organizadores é para se proteger das retaliações dos políticos profissionais e dos seus aduladores.
Se o Cipriano é o santo do Demo, não se sabe, mas, que a malhação de Judas tira o sono dos políticos é inteiramente verdade. Em Manaus, o evento está ganhando corpo na periferia, como podemos observar no pós-semana santa do ano em curso. A manifestação é acolhida pelos moradores, ganha visibilidade na imprensa e passa ser também um puxão de orelha no político oportunista, que faz pouco caso pelos interesses do povo, representando muito mais os ganhos dos poderosos.
Pelo que se sabe, no Amazonas, a malhação do Judas, ainda não conta com incentivo fiscal, sendo uma iniciativa popular. Passado a Semana Santa pudemos ter acesso ao testamento apócrifo do Judas, que enuncia sua condição humana, sua herança e promessa.
Os termos lavrados em prosa dão conta que ali jaz um traidor do povo, que por muitos partidos já passou; buscando riqueza, poder e bem estar para si. A peça vestibular dá conta que seu julgamento deve ser lembrado para que outros oportunistas não venham imitá-los, fazendo de conta que vão exercer o mandato e depois ocupam cargo no executivo.
O testamento é longo, mas pode ser sintetizado, quanto à defesa que se faz a democracia participativa, a desconcentração do poder em forma de políticas publicas de qualidade, oferecendo ao povo do Amazonas, novas oportunidades de trabalho, emprego e renda.
Quanto às promessas o testamentário declara que basta de enganação de documento em cartório, em época de eleições, o fato é que as promessas não foram seguidas de gestos concretos, deixando o povo muito mais no medo da insegurança do que na esperança da seguridade social.
O testamento de Judas pode ser uma ficção, mas, bem que poderia servir de objeto de análise para o cidadão ver, julgar e agir com foco nas próximas eleições para Prefeitura e Câmara Municipal. Agora me responda, quem você gostaria de execrar em praça pública tal qual o Judas? – Os vereadores, o Prefeito do seu Município, o taberneiro da esquina que lhe afronta nos preços cobrados na caderneta, sua sogra que controla muito mais você que a(o) consorte, os magistrados por não operarem a Justiça com eficácia e determinação, o Ministério Público Estadual que perdeu a soberana vontade de ser articulação popular, transformando-se na apêndice do Governo, o delegado de polícia arbitrário e arrogante ou o próprio Governador do Estado junto com a direção da Assembléia Legislativa do Estado pelo descaso como tratam a coisa pública.
O Judas é apenas uma metáfora, mas a sua indignação deve ser permanente. Portanto, transforme esse sentimento numa atitude crítica capaz de mobilizar forças para promover efetivamente a mudança. Pois, esteja certo que para melhorar é preciso participar.

*Antropólogo, Professor da Universidade Federal do Amazonas-UFAM e Presidente do NCPAM. Contato:
ncpamz@gmail.com

sexta-feira, 10 de abril de 2009

FACHADA DO HOSPITAL BENEFICENTE PORTUGUESA DE MANAUS




Fotos: J Martins Rocha

ENCHENTE NA AMAZÔNIA - 10 DE ABRIL DE 2009



O nível das águas do Rio Negro está preocupando muito as autoridades, os ribeirinhos, e a comunidade amazônica em geral.

O governo do Estado do Amazonas está preparando um plano de emergência; espero que não seja mais uma oportunidade para utilizar o dinheiro público, sem licitação, para efetuar compras de primeira necessidade, com os preços superfaturados, entregando para os afetados pelas cheias dos rios, mercadorias de péssima qualidade e com grande parte dos prazos de validade vencidos. Infelizmente, esta prática já foi utilizada diversas vezes pelos larápios dos recursos públicos.

As fotos acima, foram tiradas no dia 10 de abril de 2009; a primeira, mostra a beira do Porto de Manaus “Rodoway” e a tabela de controle das cheias do Rio Negro; a segunda, retrata a situação do Igarapé do Mindú, com as suas águas sendo invadidas pelo Rio Negro - ao lado do igarapé, poderemos observar um grande empreendimento imobiliário, podendo ser afetado, caso o cota do rio alcance a de 1953 (29,69m).

Espero que o Rio Negro e as outras bacias hidrográficas do Estado, não alcançem este limite. Apesar de estarmos nas mãos da mãe natureza, o homem é o grande responsável pelo efeito estufa, tendo como consequencias o desgelo nas nascentes, o aumento dos índices pluviométricos (chuvas em demasia), além de provocar mudanças climáticas radicais.

Pare, olhe, reflita, reveja as suas ações que estão afetando o meio ambiente!

quinta-feira, 9 de abril de 2009

JARAQUI COM BAIÃO DE DOIS


Estamos na semana santa e, como manda a tradição católica, nada de carne vermelha; a alimentação indicada é o peixe.


O Bacalhau somente para os mais abastados; o nosso Pirarucu nem com “nojo de pitiú de Bodó!” Está caríssimo. A solução será o Semaprochilodus brama; calma não é coisa do outro mundo! É o nome cientifico do queridíssimo Jaraqui – “Jaraca” para os íntimos. O Pacu (ou Paboca) assado e a Sardinha estão também de bom tamanho para o meu bolso furado.


Fui ao templo do peixe, o Restaurante Galo Carijó, situado na esquina da Rua dos Andradas com a Rua Pedro Botelho, centro antigo de Manaus. O estabelecimento estava lotado, assim mesmo fiz logo o meu pedido: Jaraqui frito com os acessórios (baião de dois, farinha ova, tucupi, pimenta murupi, limão, sal e azeite de oliva).


Fiquei na espera de uma mesa, um olho no peixe e outro no Felis cattus domesticus (se bobear o gato leva!). Assumi a primeira mesa que desocupou, fiquei naquele martírio, esperando o meu manjar. Dois senhores se aproximaram e pediram para sentar à mesa, concordei gentilmente; começaram a falar sobre negócios, com sotaque de nordestino, o papo envolvia muita grana nas transações; tinha que ouvir aqueles indivíduos fanfarrões.


A garçonete veio ao meu encontro e perguntou: Eles estão com você? O pedido também é Jaraqui? Antes de responder que não, um deles foi logo detonando: Não gosto desse peixe, amazonense é que come isso ai (com ar de desprezo), quero um Tucunaré bem grande. Fiquei engasgado entes de o jaraca chegar; pensei com os meus botões – dou uma dura nesses palhaços ou me mudo de mesa? Optei pela segunda opção.


O meu peixe estava saboroso, enquanto comia olhava para o forasteiro, notei que ele estava envergonhado da declaração infeliz; talvez o Tucunaré estivesse entrando quadrado; quem sabe na próxima vez irá fazer o seguinte pedido: Um Jaraca com baião de dois, por favor! Não sou amazonense, mas comi o jaraqui e não saio mais daqui, nem com nojo!